Diz-se que Câmara de Reflexão é um lugar secreto, forrado de preto, e com emblemas fúnebres e sentenças morais espalhadas pelas paredes. Não deve receber a luz de fora, sendo iluminado apenas por uma pequena lâmpada fosca ou uma vela. Deve imitar uma gruta ou caverna sombria.
Ela simboliza o centro da terra de onde vimos e para a qual teremos de voltar. O profano é, logo de início introduzido neste lugar de meditação, fazendo uma alusão de que o homem profano deve morrer naquele lugar, a fim de poder sair de lá regenerado e purificado.
Esta prática tem como significado a purificação do profano pelo elemento Terra. Este costume teve origem no Egito, e do qual, se não saísse vitorioso, perderia a sua liberdade pelo restante de sua vida, pois, não podendo mais voltar ao mundo profano, permaneceria no Templo como escravo.
São três os princípios herméticos figurados na Câmara de Reflexão:
O enxofre, símbolo do Espírito – O enxofre corresponde ao fogo. É o princípio gerador masculino.Manifesta a vontade celeste e a atividade do Espírito. Para os alquimistas, o enxofre está para o corpo como o sol está para o universo.
O Sal, símbolo da Sabedoria e da Ciência. – O alimento sal, condimento essencial e fisiologicamente necessário, é evocado na liturgia batismal; é sal da sabedoria, símbolo do alimento espiritual. O sal era, para os hebreus, um elemento importante de ritual: toda vítima tinha de ser consagrada pelo sal. O consumo do sal em comum toma, às vezes, o valor de uma comunhão, de um laço de fraternidade.
O Mercúrio, atributo de Hermes, é representado pelo Galo. Símbolo da ousadia e da vigilância, que anuncia o nascer do dia, portanto, reverenciando o Sol nascendo no Oriente. Na maçonaria, o Galo anuncia a Luz que o Recipiendário vai receber.
Para os hermetistas, os três princípios, Enxofre, Mercúrio e Sal, encontram-se em todos os corpos.
Os Ossos, a Caveira, todos são emblemas que se relacionam a Saturno e por isso ao chumbo e são todos emblemas da morte do profano que vai renascer para a vida espiritual, transmutando o chumbo em ouro. Não se trata de assustar o candidato, mas de prepará-lo a se despojar do velho homem, preparando-se para um novo nascimento. Quando ele sair desse “túmulo” que representa a putrefação alquímica, estará apto a começar um ciclo de transmutações.
Portanto, a câmera das reflexões nada mais é do que a transição da vida Profana para avida maçônica, ela usa esse simbolismo como preparação para a nova vida do iniciado. É ali que ocorre a preparação para o verdadeiro aprendiz, extremamente necessário e vital para quem adentra a ordem.
Bibliografia
Ritual do Aprendiz
http://trabalhosdamaconaria.blogspot.com
https://opontodentrodocirculo.wordpress.com/
http://cidademaconica.blogspot.com
Autor: Cleber Fernandes Nogueira