“OH! QUAO BOM E SUAVE É
QUE OS IRMAOS VIVAM EM UNIÃO
É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA.
QUE DESCE SOBRE A BARBA, A BARBA DE AARÃO.
E QUE DESCE À ORLA DE SUAS VESTES
É COMO O ORVALHO DE HERMON QUE DESCE SOBRE
SIÃO PORQUE ALI O SENHOR ORDENA
A BENÇAO E A VIDA PARA SEMPRE”.
Minhas pesquisas mostraram que se atribui a Davi a autoria deste salmo, no qual ele exalta a beleza do fato dos irmãos estarem juntos, em harmonia. Davi, quando levou para Sião, sua cidade, a Arca da Aliança, organizou o serviço religioso e, por consequência, israelitas começaram a se unir ali para adorar ao Senhor Javé. Antes do templo de Salomão ser construído, a Arca da Aliança foi abrigada em um Tabernáculo, construído por Davi. Em mais uma oportunidade de aprendizado que a Maçonaria está me propiciando, descobri que Tabernáculo é a denominação dada ao local onde, além da Arca da Aliança, outros artefatos sagrados eram guardados, de acordo com os relatos bíblicos. Deste modo, um tabernáculo era entendido como uma espécie de santuário portátil, que podia ser facilmente transportado de um lugar para outro, visto que era basicamente construído como uma tenda ou barraca. Segundo a Bíblia, em especial no livro do Êxodo, onde é narrada a história de Moisés liderando o povo de Israel em direção ao deserto, o tabernáculo também servia como um espaço de comunicação entre Deus e os homens. Atualmente, no entanto, um tabernáculo costuma significar o local onde são guardados os objetos que são típicos dos rituais eucarísticos (as hóstias sagradas, por exemplo), numa espécie de cofre que é colocado no altar das igrejas. A partir de um significado informal, tabernáculo também pode ser entendido como uma habitação. O Tabernáculo construído por Davi foi então o templo dos israelitas, para adoração à Deus.
Ao analisar cada um dos trechos do salmo, pude entender melhor seu significado e pude obter importantes conclusões, que detalho abaixo:
“OH! QUÃO BOM E SUAVE É QUE OS IRMÃOS VIVAM EM UNIÃO”
Este primeiro trecho representa o canto de Davi pela confraternização dos romeiros, que passam o dia reunidos no Templo. Pessoas de toda Israel, que mal se conheciam, vindas de todas as regiões, ali se congregavam como irmãos e irmãs, como membros de uma grande família, de uma mesma nação, que vivem sob a alegria profunda de adorarem um só Deus, Javé ou Jeová.
“É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA,
QUE DESCE SOBRE A BARBA, A BARBA DE AARÃO.
E QUE DESCE À ORLA DE SUAS VESTES”
Meu entendimento é de que o óleo precioso sobre a cabeça foi colocado em abundância, sem parcimônia nem reservas. O óleo sobre a cabeça foi tão abundante que desceu pela sua barba, fazendo alusão a outro trecho: “e que desce sobre a barba, a barba de Aarão”. Entendo por cabeça, a visão, o ouvido, o olfato, o paladar, ou seja, todos os sentidos foram ungidos pelo óleo, purificando-os.
O óleo de unção foi usado no Antigo Testamento para ser despejado sobre a cabeça do sumo sacerdote e seus descendentes e para aspergir e marcar o Tabernáculo e sua mobília como santos e separados para o Senhor (Êxodo 25:6; Levítico 8:30, Números 4:16). Três vezes é chamado de “santo óleo da unção” e os judeus eram estritamente proibidos de utilizá-lo para uso pessoal (Êxodo 30: 32-33). A receita para o óleo da unção é encontrada em Êxodo 30: 23-24 e continha mirra, canela, oliva e outros ingredientes naturais. Não há nenhuma indicação de que o óleo ou os ingredientes tinham qualquer poder sobrenatural. Pelo contrário, o rigor das diretrizes para a criação do óleo era um teste da obediência dos israelitas e uma demonstração da absoluta santidade de Deus. Apenas quatro passagens do Novo Testamento se referem à prática da unção com óleo e nenhuma delas oferece uma explicação para a sua utilização. Podemos tirar as nossas conclusões do seu contexto. Em Marcos 6:13, os discípulos ungem e curam os doentes. Em Lucas 7:46, Maria unge os pés de Jesus como um ato de adoração. Em Tiago 5:14, os anciãos da igreja ungem os doentes com óleo para a cura. Em Hebreus 1:9, Deus diz a Cristo enquanto Ele retorna triunfalmente para o céu: “Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros;”.
“É COMO O ORVALHO DE HERMON…”
Israel faz divisa ao norte com o Líbano e à oeste com a Síria. O Monte Hermon está na divisa entre estes países. Em função de sua altura, de mais de 2800 metros, seus picos sempre estão cobertos de neve. Nas regiões desérticas, a evaporação da umidade concentra-se nas montanhas e retorna durante a noite sob a forma de orvalho, suprimindo assim a falta de chuvas e propiciando as condições para uma boa colheita, dando assim, as condições necessárias para a fixação e sobrevivência do homem na região. Por outro lado, o degelo da neve do Monte Hermon é fonte alimentadora do rio Jordão, que abastece toda a região, irrigando o solo palestino, trazendo alimento para o povo. O Monte Hermon, através do seu orvalho, é para Davi sinal de vida.