O Sol é a estrela central do nosso sistema solar, todos os outros corpos giram ao seu redor. A Lua é o único satélite natural da Terra e o quinto maior do Sistema Solar, o astro mais brilhante no céu, embora sua superfície seja na realidade escura e que a faz brilhar somente devido a luz solar que reflete sua superfície.
Outros planetas do sistema solar também possuem satélites naturais. Netuno e Urano também são circundados por luas. O planeta que possui mais luas é Júpiter com 64 ao todo.
O Sol, estrela sem a qual não seria possível a existência de vida no nosso planeta, desde a mais remota Antiguidade que foi associada pela Humanidade à Vida, à Criação. As religiões primitivas divinizavam o Sol. O mesmo se verificou no Egito, na Suméria e em outras regiões das civilizações da Idade do Bronze e subsequentes, prévias às mais elaboradas crenças greco-romanas e ao Monoteísmo.
O Sol sempre foi associado ao princípio ativo, ao masculino e ao poder criador, por outro lado, a Lua é associada ao princípio passivo, ao feminino, à fecundidade.
As indicações destes símbolos no espaço das reuniões maçônicas não tem nada a ver com crenças religiosidades primitivas, mas insere-se na mesma linha da simbologia do pavimento mosaico: a chamada da atenção para a dualidade, especificamente, no caso, para a polaridade.
O Sol e a Lua simbolizam o dia e a noite, a luz direta e a luz reflexa, a ação e a reflexão, o trabalho ou atividade e o descanso, o dinâmico e o estático, a crueza da forte luz solar e a placidez da suave luz lunar, a ação e a reação. São símbolos que nos recordam que nada é tão simples e direto como possa parecer á primeira vista, que a aparência exterior que brilha como a luz solar encobre a natureza interior que se vislumbra como a pálida luz da Lua.
Os dois símbolos recordam-nos que há tempo de agir e tempo de refletir. Há tempo de fazer e tempo de descansar. Há tempo de aprender e tempo de ensinar. Há ação e contemplação. Há dia e há noite. Há verso e há reverso. Todas estas dualidades integram a realidade, afinal constituem a realidade.
O Sol e a Lua dão-nos a noção do dinamismo da Vida, da Criação, do Real, da interação entre duas polaridades que se atraem e que se repelem, que mutuamente se influenciam. Dois princípios, duas forças, dois elementos, dois fatores, que ambos existem, ambos são reais, mas ambos são incompletos, completando-se apenas mediante a sua mútua influência. A Criação, a Vida, o Real, não são estáticos, não são simples, não são básicos. São dinâmicos, são complexos e evolutivos.
O Sol e a Lua na Simbologia Maçônica
Temos no símbolo do Sol e Lua um dos símbolos mais antigos da Maçonaria. Quando relacionados, o Sol é o emblema do meio-dia enquanto que a Lua é o emblema da meia-noite, ou seja, o início e o término dos trabalhos de todo maçom. O Venerável Mestre, estando entre o Sol e a Lua, demonstra que comanda os trabalhos naquele período. Esse simbolismo é creditado a Zoroastro, conforme muitos Rituais denunciam. Zoroastro foi um importante profeta persa, considerado como um dos principais mestres dos Antigos Mistérios, chamado por muitos de “pai do dualismo” e tido como precursor de muitos pensamentos comuns entre as três vertentes religiosas de Abraão: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. A tradição diz que os trabalhos nos templos de Zoroastro ocorriam do meio-dia à meia-noite, e que sua filosofia tinha por base a cosmologia. O antagonismo do dia e da noite, da claridade e da escuridão, era visto na natureza e no bem e o mal, presentes em cada ser humano.
Outra curiosidade, é que a lua tem o formato (fase) quarto-crescente pois nasce ao meio-dia e se põe exatamente à meia-noite. Assim, quando o Sol está em seu zênite, ao meio-dia em ponto, é quando a Lua quarto-crescente nasce, a qual se põe à meia-noite em ponto. A lua quarto-crescente, tão importante para os Persas seguidores de Zoroastro, atravessou os milênios, tornando-se emblema da cultura árabe. Esse fato não deixa dúvidas de que o símbolo do Sol e Lua na Maçonaria é realmente símbolo “do meio-dia à meia-noite”
O fato que parece passar despercebido para muitos é que esse Sol e Lua são, na verdade, um único símbolo. A mais clara evidência disso é que, seja na parede do Oriente ou no Painel de Aprendiz, eles aparecem sempre juntos, em tamanhos iguais, na mesma altura e de lados opostos. Nunca se vê apenas um ou o outro, porque se trata de um símbolo só.
O ciclo mostrado pelo Sol e pela Lua simboliza todo o aperfeiçoamento do aprendiz maçom, desde o momento em que ele é encerrado na Câmara de Reflexão, até que, como iniciado, percorre o caminho do conhecimento, que o leva à visão da luz total, também simbolizada pelo Sol no Oriente. A Trilogia dialética Sol Lua culmina com o Espírito Superior, Deus o nosso Arquiteto, aquele que encontra o equilíbrio entre os opostos. Quem segue o Caminho do Artífice teria de fazer algo a mais. Deveria lembrar-se que estava a construir o templo de Deus. Um edifício em consciência, onde ele mesmo é uma pedra bruta e que com o tempo, cada um polirá a sua pedra e a colocará no Templo, completando-o.
O Sol é o símbolo da Luz, que para nós maçons é a do conhecimento, do esclarecimento mental e espiritual, luz que vem do Oriente, e está colocado no lado onde se coloca o Orador, que simboliza o Sol, pois é dele que emana a luz, enquanto guardião da Lei.
A Lua, fica do lado do Secretário, porque este, na correspondência cósmica dos cargos em Loja, representa a Lua, dado refletir nas atas, a Luz que vem do Orador, personificação do Sol.
A Lua, ilustrada no quadro de Aprendiz na sua fase crescente, nos ensina que a escala iniciática do obreiro se faz das trevas para a Luz, e indica ao maçom o dever de aumentar o conhecimento que recebe. A sua propriedade de reflexão indica ao maçom o dever de retransmitir o conhecimento adquirido.
O Maçom, após a iniciação, passa a ser um “iluminado”, mas como se disse, o processo iniciático inicia-se num ambiente de penumbra, e prossegue com provas e viagens, mantendo-se o candidato com os olhos vendados para que tome consciência de que está nas trevas, e que, a sua maior aspiração é “receber a luz”.
O Sol ilumina a coluna do sul, a dos companheiros, a Lua ilumina a coluna do norte, a dos aprendizes. A Lua reflete luz do Sol na direção da coluna norte, a dos aprendizes, que trabalham na sombra.
Entre o Sol e a Lua, encontra-se o V∴M∴, que dirige os trabalhos entre o meio-dia e a meia-noite, ou seja, entre o Sol e a Lua.
Conclusão
Após estudar sobre a simbologia e o significado sobre o Sol e a Lua na Maçonaria, me inspirei em uma das frases de um dos materiais que pesquisei:
“O Sol e a Lua representam para o Maçom a luz iniciática, e o seu reflexo no Templo interior que se quer construir… “
Esta frase me fez refletir bastante sobre a minha iniciação e o meu propósito na Maçonaria, me fez lembrar o principal motivo de ingressar na ordem, o conhecimento e a minha evolução pessoal…
O Sol e a Lua simbolizam os opostos, portanto tenho que ter o discernimento para entender que o meu importante trabalho no mundo profano não pode interferir em nossa evolução pessoal, ou na constante busca pelo conhecimento. Por diversas vezes, me peguei sem tempo para pesquisas ou leitura de nosso Ritual, ou até mesmo para finalizar este trabalho que iniciei a muitos meses atrás.
Este trabalho serviu além de tudo para me mostrar que o meu trabalho no mundo profano deve ser influenciado pelo meu conhecimento, espelhado por ele, a minha evolução pessoal deve servir acima de tudo para espelhar ou refletir a minha vida fora de nossa Loja, demonstrando que consigo gerir a minha vida tanto no pessoal quanto no profissional.
A partir de hoje, inspirado por este trabalho de A.: M.: irei me inspirar em aplicar tudo aquilo que aprendo, continuar trabalhando, mas contemplando e aproveitando os frutos de meu esforço e acima de tudo, evoluir como pessoa para poder sempre ser alguém melhor para as outras pessoas e para mim mesmo.
Acho que no final, este foi o principal objetivo deste trabalho… Trazer de volta a LUZ para meu TEMPLO INTERIOR!!
Referências
BOUCHER, Joules – Simbólica Maçônica
CASTELLANI, José – Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz (em todos os Ritos)
CASTELLANI, José – Origens do Misticismo na Maçonaria
A Partir da Pedra – Blog sobre maçonaria escrito por mestres da Loja Mestre Affonso Domingues
Site – Loja são Paulo 43
Autor: Augusto de Avila Azevedo
Gratidão aos IIr.’. por dividir tanta sabedoria T.’.F.’.A.’.
Excelente Peça de Arquitetura. Muito obrigado pelo compartilhamento. Rogo ao GADU, que Continues com muita Saúde, Serenidade, Sabedoria e Sucesso. TFA