Parte 1 A Instituição:
Introdução e conceitos:
20 de Agosto
Dia do Maçom
A Maçonaria é uma associação de caráter universal iniciática, filosófica, filantrópica e educativa. Os Maçons reúnem-se em células autônomas denominadas oficinas ou lojas. Cada loja maçônica é composta pelo venerável mestre ou presidente, seus vigilantes, orador, secretário, mestre de cerimônias e tesoureiro. Tem por objetivo a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes. Para se tornar um maçom, é necessário que o candidato seja apresentado por um mestre maçom e tenha sua indicação aprovada pela loja. Dentre os critérios para a aprovação, destaca-se a necessidade de uma profissão definida, que garanta subsistência e comportamentos de acordo com a moral e bons costumes. O dia 20 de agosto foi escolhido para homenagear os maçons por ser a data em que o povo maçônico deliberou com o Príncipe Regente Dom Pedro I que a proclamação da Independência do Brasil deveria ser realizada ainda no ano de 1822.
A mulher na ordem:
O ingresso de mulheres à Maçonaria não é permitido. Tal proibição foi introduzida nos preceitos da Maçonaria pelo presbítero James Anderson, no século XVIII, devido à influência dos ministérios judaico-mitrico-romanos e de algumas agremiações operativas da Idade Média. Estas viviam na clandestinidade para escapar às cruéis perseguições eclesiásticas e políticas. No entanto, as esposas dos maçons compõem a comunidade feminina da Maçonaria.
Nas últimas décadas, as Obediências têm apresentado diferentes justificativas para tal restrição. Sem entrar no mérito de cada uma, é importante conhecê-las, seja para defendê-las ou para criticá-las:
CUNHO HISTÓRICO
A maçonaria atual originou-se da maçonaria operativa, ou seja, dos pedreiros de ofício. Esses pedreiros eram, evidentemente, homens.
CUNHO SOCIAL
A maçonaria especulativa consolidou-se na Inglaterra, de onde surgiu a primeira Grande Loja Maçônica. As Lojas daquela época se reuniam, principalmente, no fundo de tabernas, as quais eram restritas a homens. A presença na época de uma mulher de bem em uma taberna era inaceitável.
CUNHO OCULTISTA
Existem Ordens Solares e Ordens Lunares. As Ordens Solares são voltadas aos homens, à razão, possuem juramentos e segredos, o Sol está presente no simbolismo, e são baseadas no compromisso. As Ordens Lunares são voltadas às mulheres, à emoção, possuem menos hierarquia, a Lua está presente no simbolismo, e são baseadas na devoção. A maçonaria é tipicamente uma Ordem Solar. Por isso, o ingresso de mulheres seria incoerente.
CUNHO SEXUAL
A maçonaria é uma fraternidade, e uma fraternidade com reuniões que exigem concentração. O ingresso de mulheres poderia desviar a atenção de alguns maçons durante as reuniões. Além disso, a partir do momento em que um homem e uma mulher maçons tivessem uma relação sexual, a fraternidade entre eles estaria prejudicada.
CUNHO LEGAL
As normas de muitas instituições possuem cláusulas “pétreas”, que são cláusulas imutáveis. Na maçonaria também é assim, possuindo seus “Landmarks”, imutáveis.
CUNHO MORAL
O maçom, quando ainda candidato, durante sua iniciação, presta um juramento de seguir os Landmarks maçônicos, os quais incluem o ingresso apenas de homens. Ao prestar o juramento e tornar-se maçom, ele assume o compromisso de observá-lo, mesmo que não concorde plenamente com o mesmo.
Sobre o tema da mulher na maçonaria, a Grande Loja Unida da Inglaterra se pronunciou em 1999 no sentido de que reconhece a existência da Maçonaria Feminina e de que essas instituições são “regulares na prática”, apesar de não serem “regulares na origem”. Assumiu também que, de tempos em tempos, tem realizado diálogos informais com as autoridades das Grandes Lojas Femininas da Inglaterra sobre assuntos de “interesse mútuo”. No mesmo comunicado, a Grande Loja Unida da Inglaterra se declarou contrária à Obediência Mista.
De qualquer forma, esse sempre será o grande paradoxo da maçonaria: Acompanhar a evolução da sociedade, se modernizar, sem abrir mão das antigas tradições que tanto defende e preconiza. O que pode ser modernizado? O que deve ser mantido? Talvez esse seja o grande mistério da maçonaria de hoje.
Palavras do Senador Irmão Mozarildo Cavalcanti:
“Ao longo dos séculos, a missão da Maçonaria tem sido colaborar para o progresso moral, intelectual, científico e tecnológico da humanidade.” Sucessivas gerações de maçons travaram, com muita galhardia, o bom combate em defesa dos direitos humanos, da libertação dos povos, contra a opressão e a tirania, em prol das artes e das ciências. Toda essa luta, evidentemente, não está esgotada. Ela se projeta no século que se está iniciando agora.
O que muda, contudo é a feição dessa luta na medida mesma em que muda a feição da opressão e da tirania. Novos tempos trazem novos desafios, e a Maçonaria precisa evoluir para estar à altura desses desafios do século XXI.
E prossegue exaltando que um dos grandes desafios que a sociedade moderna tem é o de ampliar a influência do cidadão para além do “um voto”, e isso se faz através do fortalecimento de organizações, que focadas cada um no seu, defendem inúmeros interesses, e segundo ele, “A legitimidade das suas posições advém não só do número de membros que lhes dão corpo, mas também da universalidade dos valores que defendem.”
Ele ainda completa esse pensamento deixando claro que a Maçonaria precisa defender claramente os valores universais que professa e que a fizeram atravessar séculos e chegar vigorosa até aqui, e ai esta a grande oportunidade que a Ordem tem de projetar-se como verdadeiro veículo libertário da humanidade, levando-a a real Felicidade, já que ela professa valores universais, abarca cidadãos de todas as origens, crenças e formações e está presente em quase todas as nações do mundo.
Então, sob esta ótica, perguntamo-nos (sem a pretensão de responder):
- O que realmente temos feito, enquanto Verdadeiros Maçons, que nos auto proclamamos, para concretizar o objetivo universal da maçonaria?
- O que pode ser deixado para as gerações futuras, sejam elas da família maçônica ou não?
- Quais as atitudes têm deixado de exemplo pelo caminho para que possamos ser verdadeiramente reconhecidos como o então Verdadeiro Maçom?
A ordem deve ser discreta, os Sinais Toques e Palavras Devem ser secretos, mas as ações não devem ser modestas, os exemplos não devem ser discretos, porém a masmorra que abrigará a vaidade deve ser profunda e seguramente vigiada.
O espaço que a Maçonaria vem perdendo para instituições que têm muito menos capilaridade e representatividade social no que tange as decisões e destinos da nação é visível. Investir na educação, nos valores espirituais, combatendo a ignorância e a tirania deve ser a razão de ser da Maçonaria no Sec. XXI, e ai reside o seu objetivo principal.
O pensamento maçônico no final do século XIX era para a construção da educação Brasileira moderna. Então, cabe a nós nos questionarmos qual o legado deixaremos para século XXI? Qual o Legado que deixaremos Maçonaria do Sec XX e agora XXI frente aos grandes desafios diariamente impostos e Urgentes?
Mas saibamos que, somente de dentro dos suntuosos Templos erguidos à semelhança do Templo de Salomão, nas largas risadas em excelentes jantares regados a muita bebida e alegria, na ostentação de belas roupas e elegantes paramentos, não chegarão a lugar algum, a não ser na transformação da Ordem em um “clubinho de amigos” que semanalmente se reúnem, balbuciam palavras que não entendem a significância, afastando-se cada vez mais da verdadeira origem destas, fazendo com que lentamente a Ordem caminhe para o cadafalso que outras ordens que nos antecederam caminharam alegres e serelepes sem perceber o destino fatal que as aguardava.
Atentemo-nos Irmão, este é o nosso objetivo, pois esta é a nossa Ordem, e são as pessoas que compõem a instituição que a fazem, e de tempos em tempos se renovam, mas quando são firmados os valores em solo fértil, estes ultrapassam a barreira do tempo e fazem acender as chamas no coração daqueles que ainda estão por vir.
Não nos esqueçamos das palavras do Sociólogo Mazzini: “Homens bons tornam boas as organizações más; homens maus tornam más as boas”
Com a Pandemia de COVID19 a Maçonaria Regular esteve em recolhimento, mas não em isolamento. Substituímos as sessões presenciais pelas virtuais, os abraços pelos e-mojis, os rituais pelas conferências e debates online. Reforçámos as nossas ações de apoio às instituições da sociedade civil, procurando ir, de acordo com as nossas capacidades e na medida do possível, ao encontro de quem mais precisa.
Localização histórica
O maçom do séc. XXI confronta-se com um novo paradigma da sociedade global e com as consequências, no plano de ideias, da política, da economia e dos comportamentos individuais e sociais.
A queda do muro de Berlim e do comunismo, que se desvaneceu numa questão de dias, desencadeou um crescimento exponencial da economia subterrânea com a subsequente desregulamentação dos mercados financeiros internacionais, originando uma gigantesca injecção de dinheiro na economia global. Os negócios vasculharam aceleradamente o globo em busca de oportunidades mais lucrativas, procurando taxas de rentabilidade máxima.
A brutal geração de riqueza então criada é distribuída de forma desigual a nível mundial e origina grandes oportunidades de negócios, mas também suscita o desenvolvimento de conflitos regionais, do crime organizado e da escalada do terrorismo internacional.
A crise do petróleo ocorrida com a venda dos campos de petróleo iraquianos aumenta a produção, inunda o mercado mundial com petróleo, esmaga a OPEP e quebra a dominância política da Arábia Saudita, possibilitando gerar artificialmente enormes lucros com uma oferta escassa, mantendo os preços na estratosfera.
Entram artificialmente triliões de dólares no sistema financeiro mundial que origina negócios especulativos dos mais variados e cria a base da emergência da corrupção à escala planetária.
Reordena-se a economia, o tecido empresarial, cultural, ambiental e social, com reflexos, entre outros, no aumento do desemprego, na precarização do trabalho., na aceleração dos fluxos migratórios, na desestruturação das famílias.
Emergem na geoestratégia internacional novos blocos internacionais, os BRIC, em que se assiste ao envelhecimento e declínio da maçonaria nos EUA e Inglaterra, mas, por outro lado, ao forte crescimento da maçonaria nas democracias do Brasil e da Índia.
AUTOFAGIA MAÇÔNICA NO SÉCULO XX
O início do século XX fará com que a Maçonaria se defronte com uma série de novas formas de pensamento. O anarquismo, o socialismo e o fascismo trarão novos problemas, enquanto persistem os antigos: o “cristianismo” conservador continuará sendo um empecilho para a Ordem. Mas os maiores problemas serão fruto de sua própria heterogeneidade e sua tendência autofágica. Tal tendência é assim explicada pelo historiador Luiz Eugênio Véscio: As constantes divisões da Maçonaria nacional, fenômeno permanente também em nível mundial, acompanharam a sua trajetória de implantação e expansão desde o período imperial até nossos dias. Um conjunto de lojas maçônicas – no mínimo três – forma uma “potência maçônica”. A relação das lojas com a “potência” é muitas vezes conflituosa, principalmente quando se juntam lojas de lugares diferentes e com membros que defendem interesses diversos.
Isso pode ser explicado, em parte, pela grande autonomia da qual estão investidas as lojas maçônicas, no sentido de criarem novas lojas ou se filiarem a outras confederações, grandes orientes ou grandes lojas. Havendo uma discordância razoável entre os membros da “oficina”, já se tem o fermento para a fundação de outra loja; para isto são necessários apenas alguns mestres-maçons, e a filiação da loja a uma nova “potência” ou confederação pode ser feita por proposta de qualquer membro que obtenha maioria simples numa votação.
Outro fator relevante é o aumento natural de filiados, o que pode gerar uma disputa natural pelo mando interno. Na medida em que se firma um determinado grupo, as chances de um elemento de outro grupo alcançar um cargo na administração da loja ficam restringidas, sendo comum, nestes casos, a formação de outra.
É importante ressaltar que o GOB havia promulgado, em 1892, uma nova constituição que previa a criação de lojas estaduais federadas a ele, esperando assim contemplar os interesses das lojas regionais. Os Grandes Orientes de São Paulo e da Bahia, criados ainda no ano de 1892, surgiram neste sentido. É interessante observar que a dificuldade da maçonaria brasileira em manter uma obediência nacional forte e coesa assemelha-se bastante às dificuldades verificadas no mundo profano, onde todas as tentativas de se organizar um partido republicano nacional foram fracassadas. A república que concretizou os interesses regionais via partidos republicanos estaduais também consolidou as diferenças maçônicas por meio dos Grandes Orientes estaduais. Tais “coincidências” entre o mundo profano e o mundo maçônico foram, aliás, constantes em toda a história da Ordem no Brasil.
Grandes Lojas estaduais e as lojas que as compõe passariam a existir como potências estaduais independentes umas das outras; para dar um cunho nacional à sua existência, foi criada em 1965 a CMSB (Confederação da Maçonaria Simbólica Brasileira), que seria presidida em rodízio anual pelos grão-mestres das Grandes Lojas Estaduais. É assim, cindida em duas potências, (GOB e CMSB), que a Maçonaria brasileira vai encontrar seu maior inimigo durante o século XX: o governo Vargas. Apesar dos esforços das lideranças maçônicas no sentido de combater o comunismo e o integralismo, as lojas são fechadas e as atividades maçônicas são proibidas por decreto governamental em 1937. O Estado Novo alegava que a propaganda comunista poderia se aproveitar das sociedades secretas para se organizar no Brasil. É importante citar que as atividades maçônicas também foram proibidas em outros países que passavam por regimes de extrema-direita durante as décadas de 1920, 1930 e 1940, como a Itália de Mussolini, a Portugal de Salazar, a Espanha de Franco e a Alemanha de Hitler. Após insistentes apelos, as lojas maçônicas vão sendo novamente postas na legalidade a partir de 1938, mas sob uma dura condição: elas devem manifestar-se publicamente de forma favorável ao Estado Novo. Assim, mesmo com a óbvia discordância de vários de seus membros, a Maçonaria brasileira acaba por se tornar aliada de Getúlio Vargas, garantindo dessa forma sua permanência e sobrevivência, mas se afastando de um de seus pressupostos mais caros: a defesa da liberdade de consciência. A maçonaria brasileira nunca mais seria a mesma. É com este espírito de subserviência que as lojas maçônicas vão apoiar o golpe que levará os militares ao poder em 1964. Embora algumas lojas (principalmente ligadas às Grandes Lojas Estaduais da CMSB) tenham tomado posição contrária aos desmandos que o regime militar. Enquanto maçons que discordavam das atitudes do governo eram silenciados por seus próprios líderes, ocorre mais uma cisão dentro dos quadros do GOB: em 1973, surgem os Grandes Orientes independentes, congregando lojas que discordaram do resultado das eleições para o Grão-Mestrado Geral, mas, com a necessidade de ter um caráter nacional, também elas acabaram por constituir uma entidade nacional, a COMAB, presidida em rodízio anual pelos grão-mestres dos diversos Grandes Orientes Independentes. Cada vez mais inglesa e menos francesa, a sociabilidade maçônica brasileira passa a atuar com maior influência no interior do país, ainda um tanto carentes das novas sociabilidades conquistadas nos grandes espaços urbanos.
CONSCIÊNCIA POLÍTICA
Conforme vimos, não podemos tratar da Maçonaria como uma instituição única, coesa e universal; apesar das doutrinas em comum, as diversas obediências fizeram valer sua autonomia para definir seus rumos e caminhos, o que levou a ordem a ter inclinações diferentes ao redor do globo: na Inglaterra, ligada à aristocracia política; na França, anticlerical e pragmática; na Itália, revolucionária. No Brasil, por sua vez, a influência inglesa sempre se fez sentir com mais força, mesmo entre as potências que se separaram do GOB (o que explica o teísmo e o conservadorismo tão marcantes da Maçonaria brasileira, o que é bom em minha opinião). As divisões se deram devido à fragilidade proveniente da convivência entre diferentes tendências, projetos e ideias no interior de uma mesma loja ou entre lojas diferentes, pois a Maçonaria foi lugar propício para a discussão e articulação política, assim como um espaço onde diferentes projetos políticos podiam ser confrontados. A estes fatores, acrescentem-se disputas pessoais e divergências políticas e ideológicas existentes entre os maçons brasileiros, demonstrando haver um claro reflexo dos conflitos do mundo profano no interior da ordem. Acredito que nos nossos dias o relacionamento entre as três potências é muito bom (excluindo se a nova Cisão o GOSP), o que tem amenizado a situação. Melhor seria a União. Reconhecemos as dificuldades para isso acontecer, contudo, os primeiros passos já foram dados. Quem sabe um dia, quando os espíritos se desarmarem e as paixões forem superadas pela razão, possamos chegar à tão sonhada Unificação.
O povão, essa grande massa humana, na sua “santa” ignorância, com o seu primarismo na compreensão das coisas, com sua preguiça mental, é campo fértil para as grandes manipulações e aceita, cordeiramente tudo. O que fazer então?
A Maçonaria, que sempre participou dos grandes movimentos sociais, políticos e estruturais surgidos no país, por que não levantar esta “bandeira” da cidadania?
Trabalhar para a volta dos essenciais e inalienáveis direitos do cidadão. O respeito pelo cidadão tem que ser sagrado. Por que, também, não lutar para diminuir esse poder gigantesco e amedrontador do Estado? Se dermos o primeiro passo para levantarmos essa massa de consciências adormecidas ou conformadas poderemos recomeçar a caminhada para o porvir da cidadania e LIBERDADE.
Uma das estratégias praticadas pelas lojas para uma maior inserção na sociedade é justamente uma busca pelas mulheres, jovens e crianças, público ritualmente excluído. É nesse sentido que agem as organizações paramaçônicas, como a Estrela do Oriente ou os clubes das cunhadas (como são chamadas as esposas de maçons) e a Ordem De Molay, dedicada à formação de filhos de membros ou jovens a eles ligados, em idade de 13 a 21 anos ou igualmente as Meninas do Arco Iris ou também as Filhas de Jó para as meninas.
Também se tornou bastante comum a atuação de maçons em entidades congêneres como Rotary Club e Lions Club. A beneficência se expressa na colaboração de maçons na implantação de hospitais, escolas, asilos, creches, entendendo assim estarem colaborando para o aperfeiçoamento da sociedade, levando as luzes aos despossuídos, guiando-os, através da instrução, rumo à elevação intelectual e moral.
Podemos entender a filantropia maçônica como “um mecanismo de divulgação e enaltecimento da Ordem, que cria redes de poder e laços de clientelismo que garantem a presença de seus membros em abrangentes círculos do mundo profano”? (Temos que mudar algo aqui ?)
A Maçonaria proíbe, expressamente, todas as discussões políticas e religiosas sectárias dentro de seus Templos. Este princípio causou um silêncio nas lojas por muitos anos. Mas este princípio precisava ser melhor interpretado. Após muita reflexão, chegou-se ao entendimento de que o que se deveria proibir eram as “discussões políticas sectárias – ou partidárias”. Ao contrário, os debates em torno da Política como “a arte de administrar bem os povos” teria de ser, na verdade, um dever da instituição. A Sublime Instituição, nos momentos mais difíceis da história política, manteve-se fiel aos princípios de LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE. A Maçonaria, perita em humanidade, deve discernir e iluminar, a partir de seus princípios, as situações, os sistemas, as ideologias e a vida política.
TERCEIRO MILÊNIO
A ordem maçônica entra no terceiro milênio com a importante tarefa de se reinventar, para não se tornar uma instituição completamente esvaziada de sentido e de funções. De fato, as novas formas de associação surgidas e consolidadas ao longo do século XX formaram vias institucionais de participação políticas mais consistentes que a Maçonaria. Partidos políticos, sindicatos, agremiações estudantis, associações de bairro, os veículos midiáticos em suas mais variadas formas, a universalização do ensino e maior acesso à universidade, todas essas novas sociabilidades foram se tornando concorrentes da maçonaria. A liberdade religiosa e de pensamento, causas clássicas defendidas pela ordem durante o século XIX e início do XX, tornaram-se direitos garantidos. Nesse sentido, mesmo com o crescimento do número de lojas no interior do país durante as décadas de 1980 e 1990, a instituição não levantou novas bandeiras, não atualizou suas propostas. A maçonaria tem o desafio de se reinventar, definir novas ou restantes atribuições, e por outro lado, desenvolver formas de se manter viva dentro da sociedade brasileira. Há, obviamente, uma tentativa de reviver seu passado de poder político, mas esses objetivos concretizam-se só de forma bem limitada. E talvez não haja mais espaço para a tradicional maçonaria, fórum alternativo de discussão política e de circulação de ideias e informações. Contrapondo-se ao discurso saudosista, que a participação política da maçonaria continua, mas de forma sutil: tem sido comum ouvir, não só dos não-maçons, mas, notadamente em nosso próprio meio, que a Maçonaria perdeu a pujança do passado, quando detinha por seus membros, poder político em nosso país. Essa afirmação, contudo, não faz justiça àqueles que em mais de quatro décadas têm desenvolvido incessante trabalho para a retomada daquela posição. Hoje no Brasil, por ter três distintos ramos administrativos, a Maçonaria, por seus obreiros, não tem se omitido dos fatos políticos e destituída de cor partidária, esteve sempre presente em todos os acontecimentos de nossa evolução histórica recente. O atual momento por que passa a nação é um exemplo vivo onde o fruto podre do império da impunidade e da corrupção pode retornar. A Maçonaria tem combatido esse estado de coisas, pugnando pelo aperfeiçoamento moral e intelectual de nossa sociedade, por esta razão na atualidade não pode ficar no estado inercial. É preciso que se dê um basta, é necessária uma mobilização no campo das ideias para podermos resgatar os valores morais hoje tão invertidos.
CONCLUSÃO DA PARTE 1
A evolução da maçonaria caminha a passos de formiga, enquanto a evolução humana vai de jato, em parte isso explica as cisões, pois existe certo descontentamento entre as colunas de diversas lojas ou potências. Em minha opinião existem coisas que são imutáveis e conservadoras, e de certa forma é isso que atrai as pessoas apara a ordem, uma mística de segredo e evolução humana. Hoje podem achar que pouco se faz para mudar o mundo, mas fazemos muito mudamos nosso interior e com isso o mundo muda ( Cabalion assim em cima como em baixo) . “Perdemos” parte de nossas causas, hoje temos liberdade de religião, de politica e todos são iguais, pelo menos perante a lei.“ devemos portanto vigiar par não perder .Temos que nos preparar para essa mudança, e tenho a impressão que novamente sofreremos com uma inquisição, agora não mais religiosa, mas politica. Se nos mantivermos fieis aos princípios de LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE. A Maçonaria, que é perita em humanidade, deve iluminar, a partir de seus princípios, as situações, os sistemas, as ideologias e a vida política” tendo a beneficência como meio de evolução humana e prosperidade. Venceremos.
PARTE 2 O HOMEM
O HOMEM DO SÉCULO XXI: AUTÔNOMO OU DESCARTÁVEL
Cronologia das gerações para entender
Lembramos que, apesar de serem três as principais gerações que estão ativas e dominam o mercado de trabalho, não são as únicas nas lojas maçonicas.
Os Baby Boomers foram os primeiros na definição de gerações e viveram sua juventude nos anos 60 e 70.
Muitos já estão aposentados, mas alguns ainda estão na ativa e, ao contrário do estereótipo conseguiram se adaptar bem ao mundo moderno. São os nascidos entre os anos de 1945 e 1964. Temos irmãos nascidos antes de 1945.
Já a geração X nasceu entre 1965 – 1980 é conhecida por sua independência, mas sem perder o convívio social. Suas maiores lutas são pela liberdade e por seus direitos.
Foram seguidos pelos Millenials ou geração Y, que nasceram de 1981 a 1999. Foi a geração que viu a tecnologia nascer e as maiores transformações mundiais.
Depois deles, a geração Z, os nascidos a partir dos anos 2000. São marcados por uma forte responsabilidade social, porém sofrem um pouco quando o assunto é relacionamento pessoal.
Mas as mudanças ainda não acabaram e uma nova geração começou a nascer a partir da década de 2010. São os Alpha, que prometem revolucionar o mundo.
Geração X
É a geração que deu o pontapé inicial para o mundo em que vivemos hoje. Foi na juventude deles que surgiram conceitos como globalização e, mais adiante, viram a tecnologia começar a despontar.
Entretanto, viveram sob governos rígidos, a exemplo da ditadura militar. Muitos se rebelaram em busca de sua voz e de seus direitos.
Atualmente, exercem profissões mais tradicionais. São juízes, advogados, médicos e engenheiros. Muitos seguiram o serviço público e já estão se aposentando.
Seu comportamento no mercado de trabalho é mais tradicional. E, se usarmos os conceitos atuais de trabalho e emprego, veremos que muitos deles passaram a vida inteira em um único emprego.
O conceito que aprendiam na época era que deveriam fazer carreira por muitos anos em uma mesma empresa. Desse modo, seriam realizados e formariam seu patrimônio.
Millenials (Geração Y)
Essa geração viu os computadores entrarem nas casas das pessoas em sua idade escolar. Utilizaram os primeiros telefones celulares e também os smartphones. Fizeram parte das primeiras redes sociais.
Talvez no início da vida profissional até tenham tido empregos onde apenas executavam suas tarefas em troca de um salário no final do mês. Porém, atualmente, não se satisfazem mais com apenas isso.
Os Millenials querem que suas competências e habilidades sejam empregadas em algo que, com o retorno financeiro, dê também prazer e realização pessoal.
Conseguiram se adaptar muito bem às mudanças do mundo. A internet é uma aliada dessa geração, que a usa cada vez mais para se aperfeiçoar, com cursos online e outras ferramentas que a rede oferece.
São os responsáveis pelos surgimentos das primeiras startups e continuam dominando esse mercado, em busca de soluções para o dia a dia que a humanidade ainda não conseguiu encontrar. E, para isso, a tecnologia é sua grande aliada.
Diferenças entre Millenials e geração Y
Algumas pessoas costumam separar as duas gerações, pois quem nasceu em 1981 viveu um mundo bem diferente de quem nasceu em 1999, especialmente na infância e adolescência.
Mas essa divisão não é unânime e ainda prevalece o entendimento de que, por mais que tenham se passados quase 20 anos de diferença, são todos millenials.
Geração Z
Essa geração já nasceu conectada. Acostumada a ter um smartphone o tempo todo em sua companhia, tem dificuldades em distinguir o mundo real do virtual.
Usa a internet e as mídias sociais como uma maneira de expor seus pontos de vista, sob as mais variadas maneiras possíveis. Preocupada com questões sociais, está sempre discutindo direitos das minorias e outra causa que esteja “em alta” no momento.
São engajados politicamente e muitos estão acostumados a ir às ruas para defender suas opiniões políticas.
Preferem às profissões do futuro, que as gerações X e Y nem sequer podiam imaginar em sua juventude.
Buscam aliar trabalho e lazer em uma atividade só. São nômades digitais, gamers profissionais, influenciadores digitais.
Mas também são inseguros, especialmente com relação ao futuro e à carreira.
Conflito entre gerações
Nos últimos tempos, as redes sociais viraram palco de um grande conflito entre gerações. Sobretudo hábitos, costumes e maneiras de viver, em geral.
O termo cringe passou a ser um dos mais usados na internet.
Cringe é o que a geração Z define como sendo ultrapassado, que dá um pouco de “vergonha alheia”.
Coisas simples como pagar boletos, tomar café da manhã, unhas francesinhas, gostar de Friends e Harry Potter são consideradas cringes pela geração Z.
Os millenials, por sua vez, criticam o jeito de escrever dos Z, que possuem uma linguagem própria, praticamente sem vogais.
Afirmam que eles só acordam ao meio-dia, por isso não tomam café da manhã e só assistem vídeos do TikTok e relacionados à cultura oriental, como os animes.
Resumindo
Apresentei as principais características da geração X, Y, Z e Millenials. Você viu que elas são definidas em função da época que as pessoas nascem e do contexto social.
PENSAR SENTIR E VIVER
Mudança de modelo mental
Para pensar a Maçonaria do século XXI é preciso partir da base do modelo mental (ou modo de pensar, ou sistema de pensamento) por meio do qual construímos o nosso mundo. Há poucas esperanças de mudar o mundo que elaboramos, ao longo da nossa interação com ele, se não modificarmos antes o modo de pensar que utilizamos para essa construção. Assim, propomos que, do ponto de vista do Acolhimento Maçônico, o pensar (que inclui o sentir), e o viver sigam a seguinte dinâmica:
O sentir, o pensar, o falar e o agir. Todas estão entrelaçadas, de modo que modificações em qualquer uma repercutirão sobre as demais. Trata-se de uma abordagem integrada e integradora, na qual tudo acolhe tudo e por tudo é acolhido.
Isto significa que é preciso, antes de qualquer coisa, compreender que o privilégio dado pela nossa cultura à tecno-ciência, em prejuízo das humanidades, é um dos principais obstáculos à colocação em prática das iniciativas ou objetivos da Maçonaria. Portanto, desde o início convém ter em mente que aquilo que se deseja é introduzir ações de acolhimento numa cultura que é ou está basicamente não acolhedora, uma cultura na qual a competição predatória, a devastação da natureza e a exclusão social não recebem o grau de atenção e questionamento que deveriam. Estas palavras, porém, não devem ser tomados como desestimulo ou pessimismo, mas sim como um convite à reflexão.
Para pôr em prática os objetivos sociais da Maçonaria é preciso mudar de modelo mental. Trata-se de uma mudança ampla e profunda, que não pode ser feita por meio de iniciativas superficiais e de curto prazo. Eis o nosso desafio. Sem o compreender e buscar meios de superá-lo, as nossas boas intenções cairão no vazio.
Para trabalhar a interação entre o sentir, o pensar, o falar e o agir propõem começar examinando o que sentimos diante do sofrimento e da doença ou de outro infortúnio. A nossa proposta é iniciar pelo sentir e depois entrar em contato com o que pensamos, segundo vários pontos de vista, ou seja, o dos que podem e deve resolver o problema, o do “paciente” ou queixoso, o dos seus familiares e o da comunidade. Examinemos alguns dos nossos sentimentos diante de tais situações e da necessidade de buscar atendimento, ou mesmo da necessidade de, fora dessas situações, procurar ações preventivas.
Em geral, os profissionais, como é a praxe na nossa cultura, foram preparados para sentir, pensar, falar e agir com base na lógica binária: o modelo mental de causa e efeito, a lógica do “ou/ou”. Trata-se de um padrão que exclui em vez de acolher, que separa em vez de juntar, que fala de ações, não de interações, de vivência e sobrevivência em vez de convivência.
Em especial, é um modelo que privilegia as partes isoladas, em prejuízo das relações.
Relação, eis a palavra-chave, a argamassa do Maçom. Sabem-se tudo sobre uma espécie vegetal ou animal, uma técnica, um tratamento, etc., podemos dizer que somos especialistas, eruditos. Mas só quando compreendemos e vivemos as relações entre as pessoas, as coisas e os fenómenos é que somos realmente educados. Nesse sentido, Maçonaria é educar. E a formação maçónica é, pois, um processo pedagógico.
Uma sociedade regida por um sistema de pensamento que privilegia a divisão, o afastamento, o não acolhimento é uma sociedade de desconhecidos, de estranhos. O desconhecimento produz a desconfiança, e esta alimenta o medo e é por ele realimentada.
Temos medo de entrar em contato com os nossos sentimentos, emoções e subjetividades, acabamos adoptando uma visão de mundo em que tudo nos parece externo, objetivo. É como se não compartilhássemos o mesmo mundo com as pessoas com as quais lidamos no quotidiano. Como colocar-nos então no lugar delas?
O Maçom tem de reconhecer a sua própria vulnerabilidade, isto é, precisa tomar consciência da sua própria ferida, que representa a possibilidade de ele próprio “adoecer” e sofrer. Em outros termos, colocar-se no lugar do outro para poder avaliar o sofrimento dele e, então exercer a solidariedade e a fraternidade.
Por isso todo programa da Maçonaria que pensamos e queremos, é necessariamente um empreendimento comunitário, o que não quer dizer, porém, que os obreiros precisem abrir mão das suas individualidades. Ao contrário, um dos pontos mais importantes a compreender é que tomar plena consciência da individualidade (que leva à fraternidade) é a melhor maneira de evitar o individualismo (que leva à exclusão).
Assim, os focos mais importantes do processo de mudança organizacional aqui buscados são:
- Desenvolvimento pessoal.
- Desenvolvimento interpessoal.
- Visão e comprometimento compartilhado.
- Compreensão da complexidade.
Sobre estas áreas é que se aplicarão os métodos e técnicas de mudança de cultura organizacional.
Como já foi dito há pouco, trata-se de um esforço comunitário, um trabalho de todos e para todos, uma atividade que abandona a linearidade do individualismo e da exclusão e busca o desenvolvimento em rede (membro, triângulo, loja, potência) enfim, que começa com o reforço da individualidade e procura a solidariedade e a fraternidade.
Na nossa cultura, apropriamo-nos da terra, dos animais, do trabalho, e acabamos por nos apropriar da verdade. Falo da noção de verdade única, que deve servir para todos. Existiria uma verdade absoluta? Esta verdade que tanto buscamos?
Considerarmo-nos detentores da verdade total assemelha-se a um pesadelo pretensioso, do qual a humanidade parece despertar. Como donos da verdade, julgamos estar autorizados a dizer o que o outro deve fazer, mais que isso, o que ele deve ser. Transformamo-nos no dono do outro, que deixa de ser outro e passa a ser uma coisa. Ninguém é dono da verdade, sejam os pais, o professor, o médico, o diretor, o Aprendiz ou o Grão-Mestre ou, ainda, a última teoria científica.
Rejeitar tudo o que submete, tudo o que oprime tudo o que nega o ser humano, tudo o que o transforma em coisa, é um dos fundamentos de uma atitude não violenta, de uma atitude maçónica. Enquanto houver a menor tendência de transformarmos a nós ou ao outro em coisa, haverá miséria e sofrimento no nosso mundo, e este provavelmente seja o mais radical empreendimento a realizar. Talvez aqui esteja a chave principal que nos permita efetivamente encontrar uma autêntica vivência maçónica, uma autêntica pedagogia da paz e da inclusão.
Maçonaria também denota, entre outras coisas, refúgio, abrigo, agasalho, o que transforma a sua ética numa significativa redundância: gerar duas vezes confiança e o bem de todos.
Eis a grande questão da Maçonaria e da ética: a convivência. É nela que nos tornamos o que somos e é nela que nos podemos modificar. Assim, é preciso reflectir sobre o tema da convivência, se quisermos promover uma aprendizagem verdadeira, que não seja simplesmente a imposição vertical de uma série de conceitos-regras a serem obedecidos sem crítica nem criatividade.
Enquanto há concordância, homogeneidade de ideias e comportamentos tudo vai bem. Enquanto há previsibilidade no comportamento humano as relações se estabelecem sem maiores dificuldades. No entanto, quando a concordância se rompe e não há mais previsibilidade, surge o conflito, as relações se tornam confusas e ameaçadoras. E aqui corremos o risco da desumanização.
Maçonaria também denota, entre outras coisas, refúgio, abrigo, agasalho, o que transforma a sua ética numa significativa redundância: gerar duas vezes confiança e o bem de todos.
Eis a grande questão da Maçonaria e da ética: a convivência. É nela que nos tornamos o que somos e é nela que nos podemos modificar. Assim, é preciso reflectir sobre o tema da convivência, se quisermos promover uma aprendizagem verdadeira, que não seja simplesmente a imposição vertical de uma série de conceitos-regras a serem obedecidos sem crítica nem criatividade.
Enquanto há concordância, homogeneidade de ideias e comportamentos tudo vai bem. Enquanto há previsibilidade no comportamento humano as relações se estabelecem sem maiores dificuldades. No entanto, quando a concordância se rompe e não há mais previsibilidade, surge o conflito, as relações se tornam confusas e ameaçadoras. E aqui corremos o risco da desumanização.
É neste contexto que a diversidade se apresenta como um dos grandes desafios da convivência. Como lidar com as diferenças? Como resolver conflitos? Como manejar as contradições?
Estamos muito mais comprometidos com as regras a que obedecemos do que com o bem estar do outro. Não percebemos que ele é outro diferente, com necessidades e capacidades próprias. Vemos apenas a nossa função, a nossa obrigação, e cumprimos a regra.
Tudo aquilo que não corresponde ao nosso modelo de “normalidade” está sujeito a um processo de inferiorização e exclusão. Na nossa sociedade o modelo será o homem, branco, ocidental, adulto, rico, saudável, magro, não portador de deficiências, heterossexual, urbano. O que foge dele acaba caindo em alguma forma de discriminação. No convívio diário costumamos fazer o mesmo não só com base nesse modelo construído culturalmente e alimentado pelos meios de comunicação, mas com tudo aquilo que consideramos diferente de nós mesmos.
Ser Maçom é, pois, encontrar outra forma de lidar com as diferenças. O contato com o diferente é a possibilidade de aprender algo novo, é a possibilidade real de expandir meu mundo. O que, mais que respeitar o diferente, leva a valorizá-lo. Não se trata apenas de tolerar e suportá-lo, pois isso muitas vezes transforma-se em arrogância e preconceito. Nem mesmo se trata de só respeitar as diferenças, uma vez que isso se pode transformar em indiferença. O essencial é reconhecer nela o seu verdadeiro valor, pois, com isso humanizamo-nos.
Ser Maçom é encontrar significado para a própria existência humana, é colorir o nosso quotidiano com a beleza mais singela dos gestos amorosos, é o lenitivo doce para os momentos de maior sofrimento, é a esperança que nos reacende o sorriso quando tudo parecia perdido.
Muitas vezes a saúde, a cura, a prevenção, dependentes de tantos factores, não estarão nas nossas mãos, porém o acolhimento, o respeito, a consideração e o cuidado, estes sim, sempre possíveis mesmo que não possam curar a patologia, poderão, antes de tudo, “curar” a desumanidade, uma doença que nos está matando a todos.
Somos todos egoístas em maior ou menor grau. Por outro lado, e também em maior ou menor grau, também somos todos altruístas. Mas o fato é que em determinados momentos da vida a balança pode oscilar mais para um lado ou para o outro, a depender de um conjunto complexo de circunstâncias entrelaçadas.
O egoísmo nos leva ao isolamento, à não-participação, ao individualismo. Estreita e obscurece o nosso horizonte mental. Conduz à competitividade, ao privilégio do valor económico sobre os valores humanos, ao autoritarismo, ao nacionalismo xenófobo e à exclusão.
O altruísmo nos conduz à socialização, à participação e à individualidade. Amplia e torna claro o nosso horizonte mental. Leva à competência do conviver, ao diálogo entre o valor económico e os valores humanos, à democracia, à nacionalidade e à inclusão.
No egoísmo, a tendência é participar negativamente. No altruísmo, tendemos a participar de modo positivo.
Trata-se de escolher entre dois polos que frequentemente surgem na nossa vida quotidiana, eis aqui um ponto da maior importância. Para viver a Maçonaria é preciso, antes de tudo, evitar o mais possível as armadilhas do autoengano. É ter em mente que, de um lado, nenhum de nós é totalmente favorecido pelo bom senso. E que, de outra parte, todos tendemos a resistir às mudanças, em maior ou menor grau.
Assim, para aprender a lidar com o autoengano, é necessário o autoconhecimento, V.I.T.R.I.O.L.
Conclusão Parte 2
Tudo isso dito, podemos agora concluir que a essência da atividade Maçónica é a inclusão do outro. Todos os caminhos a ela conduzem e dela retomam. Mas o modo de encontrá-los e as maneiras de trilhá-los requerem energia e persistência, num grau que desafia a todos nós.
As “sociedades totalmente administradas” resultaram em sociedades quase que totalmente mercantilizadas. No mundo atual, caminha-se para a divinização do “mercado”, do dinheiro, do “vil metal”, que a tudo permeia e condiciona.
Admitamos ou não, estes fatos fazem parte do nosso quotidiano. A Maçonaria trabalha justamente no meio dessa cultura. A nossa tarefa é questioná-la, analisá-la, transformá-la. O sucesso do nosso empenho constitui a diferença entre o desencanto e a esperança, não apenas a abstrata e poética, mas aquela à qual se somam a vontade e a ação.
Será que a Maçonaria tenderá tão somente ser uma Escola de Vida e de aperfeiçoamento do “eu” interior como muitos Irmãos no momento a concebem? Daqui a mil anos, talvez não teremos que nos preocupar com a saúde, a educação do bem estar do cidadão, a moradia, a segurança. Pouca coisa restará às Instituições como a Maçonaria realizarem. Ou será que o GADU nos reservará um porvir fantástico, maravilhoso que não podemos conceber neste momento?
Conclusão Gerações
Como lidar com os novos irmãos das novas gerações que estão chegando e ter harmonia com os irmãos das gerações anteriores?
Como conviver com:
Irmãos da geração X, que é a geração que a juventude ouviu primeiramente o conceito como globalização e, mais adiante, viram a tecnologia começar a despontar. Estes sabem viver sob regras, mas também aprenderam a se rebelarem em busca de sua voz e de seus direitos. São os tradicionalistas.
Irmãos da geração Y ou Millenials, Essa geração viu os computadores entrarem nas casas das pessoas em sua idade escolar. Utilizaram os primeiros telefones celulares e também os smartphones. Fizeram parte das primeiras redes sociais. Conseguem se adaptar muito bem às mudanças do mundo e procuram a satisfação pessoal e não segurança
Irmãos da geração Z: Essa geração já nasceu conectada. Acostumada a ter um smartphone o tempo todo em sua companhia, tem dificuldades em distinguir o mundo real do virtual. Buscam aliar trabalho e lazer em uma atividade só. São nômades digitais, gamers profissionais, influenciadores digitais. Mas também são inseguros.
Bibliografia:
- Irmão Leonardo Trench
- Irmão Francisco Simas MI (13/09/46 – 09/06/2010)
- Armindo Azevedo Economista, Grão-Mestre da Grande Loja Regular de Portugal – Grande Loja Legal de Portugal
- CONFERÊNCIA: “Maçonaria e Desafios do Século XXI” dr. Fernando Lima;
- TIAGO WOLFGANG DOPKE texto de autoria
- https://www.scielo.br
- Luiz Carlos Silva texto de autoria
- https://www.freemason.pt/
Autor: Antônio Carlos Praça