Segundo o Wikipédia
“O Hermetismo ou hermetismo é o estudo e prática da filosofia oculta e da magia associados a escritos atribuídos a Hermes Trismegisto, “Hermes Três-Vezes-Grande”, uma deidade sincrética que combina aspectos do deus grego Hermes e do deusegípcio Thoth.
Os escritos mais importantes atribuídos a Hermes são a Tábua de Esmeralda e os textos do Corpus Hermeticum. Estas crenças tiveram influência na sabedoria oculta europeia, desde a Renascença, quando foram reavivadas por figuras comoGiordano Bruno e MarsilioFicino.
A magia hermética passou por um renascimento no século XIX na Europa Ocidental, onde foi praticada por nomes como os envolvidos na Ordem Hermética do Amanhecer Dourado e Eliphas Levi. No século XX foi estudada por AleisterCrowley, entre outros.”
As verdades eternas, conhecidas unanimemente e expressadas por sábios de todos os tempos e lugares, plasmaram-se no Ocidente no pensamento de culturas estreitamente inter-relacionadas, que em distintos momentos floresceram em regiões localizadas entre o Oriente Médio e a Europa, durante esta quarta e última parte do ciclo, à qual se chamou KaliYuga ou Idade do Ferro, e que sempre se vinculou com o Oeste.
Antiquíssimos conhecimentos, patrimônio da Tradição Unânime, foram revelados aos sábios egípcios, persas e caldeus. Eles se valeram da mitologia e do rito, do estudo da harmonia musical, dos astros, da matemática e geometria sagrada, e de diversos veículos iniciáticos que permitem acessar os Mistérios para recriar a Filosofia Perene, desenhando e construindo um corpus de ideias, que foi o gérmen do pensamento metafísico do Ocidente, conhecido com o nome de Tradição Hermética, ramo ocidental da Tradição Primordial. Hermes Trismegisto, o Três Vezes Grande, dá nome a esta tradição.
Na verdade, Hermes é o nome grego de um ser arquetípico invisível que todos os povos conheceram e que foi nomeado de distintas maneiras. Trata-se de um espírito intermediário entre os deuses e os homens, de uma deidade instrutora e educadora, de um curandeiro divino que revela suas mensagens a todo verdadeiro iniciado: o que passou pela morte e a venceu.
Os egípcios chamaram Thot a esta entidade iniciadora, que transmitiu os ensinos eternos a seus hierofantes, alquimistas, matemáticos e construtores que, com o auxílio de complexos rituais cosmogônicos, empreenderam a aventura de atravessar as águas que conduzem à pátria dos imortais.
Autores Herméticos relacionaram Hermes com Enoch e Elias, que seriam, para os hebreus, a encarnação humana desta entidade supra-humana que identificam com Rafael, o arcanjo, também guia, sanador e revelador. Esta tradição judaica, que se considerou sempre como integrante da Tradição Hermética, conviveu com a egípcia antes e durante a cativeiro (Moisés é fruto desta convivência) e em tempos dos reis David e Salomão durante a construção do Templo de Jerusalém; faz ao redor de três mil anos, estes pensamentos se consolidaram numa arquitetura revelada que permitiu, uma vez mais, a criação de um espaço vazio ou arca interior capaz de albergar em seu seio a divindade.
No século VI antes de Cristo, que é o mesmo século da destruição do Templo de Jerusalém, e contemporânea de LaoTsé na China, de Buddha Gautama na Índia e do profeta Daniel na Babilônia, nasce a escola de Pitágoras que, também herdeira dos antigos mistérios revelados por Hermes, alumiará posteriormente à cultura grega, tanto aos pré-socráticos como a Sócrates e Platão. Este pensamento hermético exerceu sua influência notavelmente na cultura romana, nos primeiros cristãos e gnósticos alexandrinos, nos cavaleiros, construtores e alquimistas da Europa medieval e nos filósofos e artistas renascentistas, nutrindo-se ao mesmo tempo dos conhecimentos cabalísticos e do esoterismo islâmico.
Logo florescem estas ideias hermético-iniciáticas no movimento rosa-cruz, que se desenvolve na Alemanha e na Inglaterra da época Elisabetana, tendo sido depositados estes antigos ensinos, posteriormente, na Franco-Maçonaria. Esta Ordem, que em sua aparência exotérica não pôde escapar à degradação e dissolução promovidas pela humanidade atual, conserva, no entanto, em seus ritos e símbolos esse gérmen revelado e revelador, ativo no seio de umas poucas lojas que conseguiram se subtrair às modas inovadoras que ameaçam o Ocidente com sucumbir, e mantêm esse vínculo regenerador com o eixo invisível da Tradição que se dirige sempre para o verdadeiro Norte, origem e destino da humanidade, do qual esta tradição nunca se separou.
Hermes e a Tradição Hermética vivem atualmente. Sua presença é eterna.
Segundo o autor do livro “A Tradição Hermética” de Julius Evola, diz que precisamos de reportar à seguinte base o sentido da ciência hermético-alquímica: em certo aspecto, poderíamos chamar-lhe uma “ciência natural”, mas sem que se possa pensar, de modo algum, na existência de qualquer similitude com o que corresponde a tal significado. Em compensação, já a denominação medieval de “filosofia natural” exprime a síntese dos dois elementos, os quais estão hoje em dois planos separados, um de intelectualidade irreal (filosofia), outro de conhecimento material (ciência). Mas, dado caráter de unidade orgânica, de cosmos, que para o homem tradicional representava o universo, neste conhecimento “natural” estava implícita, outrossim, uma força anagógica, quer dizer, a possibilidade de elevar-se também a um plano transcendente, metafísico. É nesta base que se compreende o sentido das expressões tais como ciência hierática, arte divina e dogmática, Mistério de Mitra, obra divina, que surgem nas origens de alquimia e que se conservam em toda a tradição ciência divina e sobrenatural, lhe chamará de Zacarias. E quando a sensibilidade psíquica para as forças profundas da natureza começa a debilitar-se em época mais tardias, então, para prevenir o equívoco, nas expressões da tradição hermética tornou-se comum a distinção entre os elementos vulgares e mortos por um lado, e, pelo outro, os vivos, que são nossos elementos (nossos referia-se àqueles que tinham conservado o estado espiritual a que correspondia a tradição): a nossa Água, o nosso Fogo, o nosso Mercúrio, etc – não os do vulgo, os comuns – era um gíria para significar que se tratava de elementos (fisicamente) invisíveis, ocultos, mágicos, conhecidos apenas pelos sábios, porquanto todos os temas escolhidos; que se tratava daqueles elementares que devem ser conhecidos em nós e não dos que são sensíveis, terrestres, impuros, que são modificações da matéria física. Os quatro Elementos de que todas as coisas participam – diz Flamel – não são aparentes à vista, conhecem pelos seus efeitos. O Ar e o Fogo, de que fala, conforme Bernardo Trevisano, são, tênues e espirituais e não podem ser vistos com os olhos do corpo; o seu Exofre, Arsênico e Mercúrio não são o que o vulgo pensa e que os farmacêuticos vendem, mas sim os espíritos mencionados pelos filósofos. Assim, pois, a filosofia Alquímiaé a ensina a investigar – não segundo a aparência, mas segundo a verdade concreta – as formas latentes [quer dizer, aristotelicamente falando, os ocultos princípios formadores] das coisas; ideia está confirmada por Razzi em lumenluminum<<esta Arte trata a filosofia oculta. Para consegui-lo há que conhecer as naturezas internas e desconhecidas. Nela se flaa na elevação [estado incorpóreo] e na queda [estado invisível] dos elementos e seus compostos>>. Os verdadeiros elementos <<são como a almas dos mistos>>, os outros <<são, apenas, o seu corpo>> – explica Pernety.
E no caso de que, espontaneamente, a presença ou ausência da necessária sensibilidade metafísica determinasse por si mesma a separação entre aqueles que estão iniciados, únicos a quem os textos falam, únicos cujas ações de potência dão frutos, e aqueles outros que não são iniciados e para os quais foi escrito que se não devem pérolas a porcos, ainda então par estes últimos ficava a possibilidade de alcançar o estado necessário mediante uma dura ascese, se faltasse o <<milagre>>de uma iluminação transformadora. Ela não tem uma justificativa moral ou religiosa, mas sim simplesmente técnica: destina-se a proporcionar o tipo de experiência possível que não se detém de aspecto <<morto>> e <<vulgar>> dos elementos (como acontece na experiência em que as ciências profanas modernas assentam), mas vai, sim, apreender, entretecido com ele, um elemento <<sutil>>, incorpóreo, espiritual, tal como é ensinado na expressão, de Paracelso: << Ela [a natureza] conhece-me e eu conheço-a. Eu contemplei Luz que nela existe, comprovei-a no que os microcosmos e tornei a encontra-la no macrocosmos>>. Como diz o chamado Triunfo Hermético<<conhecer interior e exteriormente as propriedades de todas as coisas>> e <<penetrar no fundo das operações da natureza>> é a condição que se impõe a quem aspira a possuir esta ciência. E assim poder dizer-se que << quem não compreende por si mesma, nunca ninguém poderá fazê-lo compreender, faça o que fizer>>.
Pelas pesquisas que realizei nesse trabalho, pude perceber que as tradições herméticas estão presentes em nosso dia-a-dia, e, estão representadas e relacionadas com nossa interação com a natureza e seres elementares, com nosso interior, comnossas crenças, nossos valores e nossas divindades (religião).
Se observarmos esse relacionamento, temos fortes evidências que o Grande Arquiteto do Universo usa sua notável sabedoria, e se comunica, interage com os manifestos da natureza e com seres ocultos, que no ponto de vista religioso, com espíritos, deuses, profetas entre outros.
Traçando um paralelo com minhas crenças religiosas, a base da Umbanda, está diretamente relacionada com as tradições Herméticas e o relacionamento entre nós (os encarnados) com as entidades e orixás (ocultismo), presentes em rituais religiosos da Umbanda, pautados no relacionamento com os quatro elementos: Terra, Ar, Fogo e Água, e que se relacionam com nosso interior e com nosso espírito.
Para complementar, pelas pesquisas e pelos estudos realizados sobre o tema, pude perceber que em alguns momentos de nossa loja rementem ao ocultismo, entre esses momentos, a abertura do livro da Lei, entre outros. O tronco de benemerência faz ilusão ao princípio Hermético da Correspondência, fazendo o bem para receber o bem; e também outro princípio hermético da Causa e Efeito “Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei.”
Or∴ de São Paulo, 14 de Julho de 2016.
Márcio Soares de Almeida Campos A∴M∴
Bibliografia
http://www.deldebbio.com.br/2009/03/30/a-tradicao-hermetica/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermetismo
Julius Evola; A Tradição Hermética; Edição 70; páginas 35 à 37
Autor: Márcio Soares de Almeida Campos