Introdução
Neste trabalho de elevação de Aprendizes Maçom, iremos abordar o papel dos maçons na proclamação da república do Brasil em 1889 por Marechal Deodoro da Fonseca.
Em breve texto, iremos também mencionar o papel da maçonaria em um momento importante da história do Brasil que antecedeu a proclamação: a independência do domínio português.
Maçonaria no brasil colônia e brasil império
Brasil Colônia
Nas poucas lojas maçônicas que existiam no Brasil à época, criaram-se planos para que o país ficasse liberto do domínio de Portugal sobre suas terras. No ano da proclamação da independência do Brasil, 1822, José Clemente Pereira, mais conhecido como José Pequeno, foi um magistrado e político luso-brasileiro e atuante ativo da Ordem Maçônica.
Quando houve a invasão francesa em Portugal, alistou-se no batalhão acadêmico que fora organizado no país, liderado por José Bonifácio de Andrada e Silva, muito conhecido por ser o “patriarca da independência do Brasil”. Cessada a era Napoleônica, José Clemente viajou ao Brasil em 1815 para atuar na advocacia.
No país, liderou manifestações populares, onde a mais famosa, o “Dia do Fico” por Dom Pedro I. Meses mais tarde, era então declarada a Independência do Brasil, onde após o fato, Dom Pedro I fora recebido em uma loja onde iniciaria suas atividades como Maçom.
Brasil Império
No período da Independência brasileira as atividades maçônicas cresceram ao lado de outros tipos de associações filantrópicas, políticas, culturais e de ajuda mútua. É conhecido o exemplo do Grande Oriente Brasileiro e 1822, que se tornou importante foro de debate, mobilização e contato entre forças políticas que efetivaram a separação do Brasil e Portugal – e tal exemplo se explica também pelo caráter reservado. No quadro ainda do absolutismo, embora abalado pelo movimento constitucional português desde 1820, o espaço maçônico era adequado para realizar tal articulação que, tornada pública, seria ilegal.
Em 2 de agosto de 1822, ainda como príncipe regente foi escolhido pelo Grande Oriente do Brasil como simples iniciante, no primeiro grau, por iniciativa do Grão Mestre José Bonifácio (primeiro Grão Mestre do GOB). Na reunião seguinte, três dias depois, D. Pedro foi aclamado Grão Mestre, galgando assim, em dois meses todos os degraus da Perfeição Universal, oito dias antes de sua aclamação pública como Imperador do Brasil.
Mas será somente com a crise e o fim do Primeiro Reinado e no período das Regências (1831-1840) que os trabalhos maçônicos são retomados de maneira regular, embora sem a importância de 1822. A partir de 1830 assistiu-se um crescimento considerável crescimento das maçonarias e, ao mesmo tempo, a um verdadeiro “canibalismo” maçom, com a existência de cinco Grandes Orientes somente no Rio de Janeiro, além das dissidências e intricadas brigas entre os grupos, revelando como era difícil a busca da fraternidade e perfeição.
Antes mesmo da república ser instalada no Brasil, houveram tentativas de movimentos republicanos regionais que contaram com participações maçônicas, uma delas, a inconfidência mineira, que foi motivada pelo descontentamento gerado pelo abuso tributário imposto pelo reino português à época, resultando na morte por enforcamento e o transformando em mártir, Joaquim da Silva Xavier, o “Tiradentes”.
Maçonaria no brasil república (ou república velha)
Fatos marcantes antecederam a proclamação da república no país, com participação direta e indireta da maçonaria. Alguns destes fatos seguem abaixo:
- Conflito Maçônico entre José Bonifácio de Andrada (patrono da independência) e Joaquim Gonçalves Ledo (líder maçônico no Rio de Janeiro) – conflito de facções da maçonaria que defendiam a monarquia e a república;
- Manifesto Republicano em 1870 (motivada pelas sucessivas crises do regime monárquico);
- Convenção de Itu, em 1873 (primeira convenção republicana no Brasil);
- Questão Religiosa (conflito da igreja católica e o império) de cunho maçônico;
- Abolição da Escravatura (lei do ventre-livre, lei áurea);
- Questão Militar (após a guerra do Paraguai, o exército teve um papel crescente nos destinos políticos do Brasil).
Durante o processo de independência do Brasil, não haviam partidos políticos, e a maçonaria então assumiu o papel de partido político na época. Não apenas cumpriam sua constituição interna como lutaram bravamente pela independência do país do domínio de Portugal.
Dentro dos fatos destacados acima, a Questão Militar, se desenvolveu com muita força entre 1883 a 1889 com conflitos entre políticos civis e o meio militar. Os políticos a época não entendiam o novo papel do exército a partir da guerra do Paraguai e a nova geração doutrinada dentro das academias militares principalmente desenvolvidas pelo tenente-coronel Benjamin Constant, maçom positivista e republicano declarado, conhecido como o “Pai da República”.
Crises no meio militar fizeram o tenente-coronel Cunha Matos e do Major Sena Madureira serem punidos por pronunciamentos contendo críticas ao ministro da Guerra. Foi ai então que Marechal Deodoro resolveu apoiar o major, gerando sua destituição da guarnição do sul pelo governo. Deu-se então o fortalecimento do Clube Militar em 1887, com Deodoro na presidência.
Ainda em 1887, D. Pedro II já velho, adoentado e enfraquecido pelo regime monárquico, havia dito à família imperial que não lutaria para manter a coroa contra a vontade popular, onde levou-se a contra-elite republicana e maçônica a aproveitar o ano de 1889 para implantar a República no Brasil.
Tal movimento da implementação da República, este, fora preparado pelas elites militares, republicanas e maçônicas, não teve o mínimo respaldo popular.
Por fim, em reunião secreta realizada na casa de Benjamin Constant em uma espécie de conclave maçônico, decidiu-se a queda do Império e do regime monárquico. Proclamada então em 15 de novembro de 1889 a República pelo Marechal Deodoro, que auto nomeou-se Chefe do Governo Provisório com um ministério totalmente maçônico e filiado ao Grande Oriente do Brasil. Eis alguns de seus ministros:
- Campos Sales (Justiça);
- Wandenkolk (Marinha):
- Benjamin Constant (Guerra);
- Rui Barbosa (Fazenda)
- Demétrio Ribeiro (Agricultura);
- Quintino Bocaiúva (Transporte);
- Aristides Lobo (Interior).
Em 19 de dezembro de 1889, Marechal Deodoro foi nomeado Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.
Conclusão
Neste trabalho de elevação de Aprendizes Maçom, abordamos o papel dos Maçons em um fato importante na história do Brasil, onde podemos concluir que a Maçonaria (fortalecida principalmente pelos militares) teve uma participação fundamental na criação de um novo regime político e social no país, colaborando para a queda do império monárquico já devidamente enfraquecido. Ergueu-se nessa síntese a tríade maçônica, caracterizada pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Referências
https://nogueirarosi.wordpress.com/2014/11/29/historia-da-maconaria-no-brasil-colonia-e-imperio/
http://lojamad.com.br/index.php/eventos/item/169-a-maconaria-e-o-imperio
http://www.freemasons-freemasonry.com/16carvalho.html
Autor: Bruno Azevedo Neumann