Existe uma resposta ritualística para esta pergunta. Com facilidade, qualquer maçom a recita de cor, comprovando que está a par dos conhecimentos básicos para se fazer reconhecer.
A pergunta, porém, contém uma significação mais profunda, específica, que podemos analisar antes de adotarmos a resposta como real e sincera.
Nesse trabalho, procurei pesquisar divers respostas para a mesma pergunta, e também meu ponto de vista e meu entendimento sobre meus objetivos pessoais na maçonaria.
Estou ciente que meu primeiro ano de maçom, ocorreram diversos fatos em minha vida profana, que desviaram meu foco e atingir meus anseios e desejos de ser maçom, e iniciar a melhor a lapidação da minha pedra bruta.
O que vindes aqui fazer?
“Vencer minhas paixões, submeter minha vontade e fazer novos progressos na Maçonaria, estreitar os laços de amizade que une como verdadeiros Irmãos”
Muitas respostas, muitas fontes de pesquisas, muitos conceitos e diferentes pontos de vistas para essa pergunta. Como estratégia para o trabalho, procurei focar no material que mais me identifiquei, para não perder o foco do trabalho, que será, da melhor maneira, responder em minha conclusão essa capciosa pergunta.
VENCER AS PAIXÕES
Desejar vencer as paixões, significa que o maçom está assumindo o compromisso de descobrir quais são aqueles sentimentos que assolam seu íntimo,como pretende removê-las ou substituí-las.
Para isso, ele deve ter plena convicção de como que é, como está procedendo em seu meio e o que faz por si, pelos irmãos e pela humanidade. Conhecer-se intimamente é o primeiro passo para derrotar os impulsos menos nobres e fazê-lo transformarem-se em movimento na direção do bem.
É preciso identificar, com muita exatidão, o que são paixões, como se manifestam e do que provém, para que o processo de eliminação não se limite a remover os seus efeitos, e sim, destrua-lhes as causas. De fato, não projetar um ódio sobre o objeto desse sentimento, evita que ele produza efeitos externos e, assim, contribui para um relacionamento mais harmonioso com as pessoas.
Então, para declarar que vencemos uma paixão identificada, é necessário que tenhamos a certeza de que ela não mais existe e, se não se manifesta, não é por ter sido amordaçada, e sim, porque deixou de compor o nosso eu interior, definitivamente. Esse é o primeiro passo.
SUBMETER A VONTADE
A vontade é a capacidade que temos para determinarmos qual melhor procedimentoa ser obedecido de acordo com o que lhe dita à consciência ou o instinto.
Nossa vontade humana pode ser controlada pela inteligência, que escolhe os recursos necessários a serem utilizados para cada situação que vivenciamos em nosso dia-a-dia.
Assim, à luz dos costumes e leis, somos obrigados a restringir a manifestação da nossa vontade àquilo que pode ser feito ou representado, sem ofensa à lei ou aos bons costumes.
No entanto, às vezes, podemos proceder em desacordo com essas leis e costumes, pode representar uma necessidade ou desejo imediato. Esta violação das normas e costumes representa nossas capacidades sem o controle adequado da nossa consciência e da nossa mente, representando a fuga do ser de dentro dos limites impostos pelo contexto social.
É por isso que, na Maçonaria, exercitamos a nossa capacidade de fazer a nossa vontade ficar contida dentro dos limites das leis, usos e costumes, que são suficientes para assegurar que seremos pessoas capazes de viver dignamente em qualquer contexto legal.
FAZER PROGRESSOS NA MAÇONARIA
Essa expressão típica maçônica, mostra que somos maçons para aumentarmos nossos conhecimentos da Arte Real continuadamente, sem interrupção por qualquer motivo. Se frequentarmos regularmente a nossa loja, para continuar esse progresso, através do convívio, da reflexão no silêncio e na meditação impostas pela austeridade ambiental e da atividade intelectiva provocada pelas ações que ali se desenrolam.
Cada sessão é uma aula específica, com diversos significados entre os irmãos. As lições aprendidas e exercitadas em loja, devem ser introduzidas em nosso patrimônio intelectual e emocional, formador da nossa personalidade maçônica e garante do aprendizado que se segue.
Nada substitui, em eficiência, no nosso método de aprendizado, o convívio dos diferentes, com a troca enriquecedora das experiências e opiniões de cada um com todos os outros.
CONCLUSÃO
Após pesquisas realizadas, pude perceber que a pergunta “O que vindes aqui fazer?”, tem diversos significados, e esses significados dependem da vivência, conhecimento e experiência de cada Ir∴.
Como o aprendiz maçom,meu trabalho diário é de desbastar minha Pedra Bruta, isto é, desvencilhar-se dos meus defeitos e das minhas paixões, que em meu entendimento, meu sentimento é traduzido e representado em nosso ritual e assim pontua:“Para que nos reunimos aqui?…Para combater o despotismo, a ignorância, os preconceitos e os erros. Para glorificar a Verdade e a Justiça. Para promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao vício”.
A tradução do meu sentimento mais fiel e tem como principal objetivo é de vencer a ignorância, corrigir meus erros no mundo profano, melhorar minhas atitudes perante a sociedade, lapidar diariamente minha pedra bruta, aprender com meus IIr∴, aumentar minha capacidade de fazer a benemerência aos mais necessitados, dividire respeitar opiniões diversas para o mesmo assunto, respeitar as diferenças de crenças religiosas, conviver entre IIr∴, estreitar os laços de amizade e fraternidade que unem a cada obreiro, dar minha contribuição com minhas opiniões em loja e aprimorar meus conhecimentos intelectuais.
A Maçonaria é mágica, permite cada Ir∴ enriquecer e renovar o nível intelectual, respeitar a opinião individual, que de um certo modo, as vezes o ponto de vista de um Ir∴ sobre determinado assunto, ajuda olhar o mesmo assunto de outro prisma e construir outra perspectiva.
Por fim, meu principal objetivo é de ser Maçom em sua forma e essência, contribuir com minha pátria, pois o mundo melhor começa pelas atitudes de cada um e sendo assim, com minhas atitudes dar minha pequena parcela de contribuição.
À Or∴de São Paulo, 01 de março de 2017.
Márcio Soares de Almeida Campos A∴M∴
Bibliografia
GRANDE ORIENTE DO BRASIL, Ritual 1º Grau – Aprendiz Maçom – R ∴ E ∴ A ∴ A ∴, 2009
GRANDE LOJA MACONICA DE SÃO PAULO (GLESP) – REVISTA MAÇONICA – A Verdade – ANO LXIII – Abril de 2016
https://focoartereal.blogspot.com.br/2012/07/que-vindes-aqui-fazer.html;
http://www.revistauniversomaconico.com.br/vivencia-maconica/a-caminhada-do-aprendiz/
Autor: Márcio Soares de Almeida Campos













